Sou adepta das meias verdades.
Meias verdades podem ser uma forma sutil de dizer sem machucar.
A verdade é como um diamante, cristalina e dura. Inquebrável. Rígida.
A mentira é como água podre, flexivel mas sempre suja. Nunca se sabe o que tem ali.
A verdade é e sempre deve ser desejada mas, quando nua e crua, machuca mais do que deveria.
A mentira pode ser extremamente destrutiva. Especialmente quando embaixo da água suja existe um diamante cortante.
Uma hora, a água abaixa, e a verdade sempre há de aparecer. Sempre.A verdade é sempre soberana.
Já as meias verdades são macias e trazem apenas o que é importante à tona
sem trazer a tempestade do momento, sem tanta dureza mas ainda assim cristalina.
É a verdade racionalizada. A clareza desmistificada. A dor atenuada.
Meias verdades podem fazer você perceber a realidade sem te ferir.
Meias verdades não são meias mentiras.
São, na realidade, a verdade objetivada, direcionada apenas para onde ela precisa estar.
É a nossa razão trabalhando com a razão do outro.
Meias verdades são verdades suavizadas pelo respeito.
É o diamante arredondado, polido com lixa fina. A jóia pronta.
Por isso sou adepta das meias verdades.
Porque não preciso ter uma dura verdade ou uma doce mentira,
eu prefiro muito mais a suavidade, a compaixão da meia verdade.