Algumas coisas são básicas para diferenciar alguém do lugar comum, mesmo as destacadas por qualidades notáveis. Virtudes em geral são bem vindas, mas algumas são essenciais.
Todo grande destaque tem que ter seu quê de comum para fazer seu admirador perceber as qualidades de alguém comparando-o consigo mesmo, pois só admiramos verdadeiramente o que comparamos conosco e percebemos ser melhor que nós. Nós sempre somos o parâmetro primário para qualquer comparação, a "unidade de medida" inicial. Têm que ter aquelas qualidades básicas que todos admiramos, senão ele deixa de ser destaque por sua qualidade essencial e passa a ser a crítica ou o modelo do 'não-ser'.
Uma pessoa da mídia o sabe bem - basta ver que podemos observar que pessoas voltadas à arte sem muito carisma procuram mostrar descontração e espírito/origem humilde, outras que se destacam pela sua beleza sempre trabalham sua imagem de sensíveis e cultos aos olhos dos outros, sempre balanceando um leque de qualidades (verdadeiras ou não) na corda bamba do socialmente desejável. As qualidades ficam manifestas; os defeitos, ocultos. Não por artificialidade, mas para minimizá-los.
Mas nem sempre é assim. Exemplificando, conheço pessoas inteligentíssimas e que tem o pensamento rápido como um relâmpago e precisos em sua análise, mas que mediante a sua prepotência e sua arrogância, são reconhecidas muito mais pela sua falta de humildade e por seus comentários completamente inoportunos exaltando suas qualidades. Quanto maior a inteligência, maior a arrogância. Humildade zero deles, tolerância zero de quem escuta. Simples assim.
Partindo de outro lado, de nada adianta uma pessoa não ser carismática por opção mas fazer de tudo o quanto for possível materialmente para agradar os outros. Se, por um lado, conquista amizades pela manifestação material da estima, por outro lado seu jeito de ser, dizendo "eu falo o que me vier porque sou sincera, e você quem sofra as consequências e se ofenda se quiser" e "eu sou assim e se quiser que gostem de mim como sou", magoa e afasta os 'aproximados'. Educação e gentileza enferrujam por falta de uso, sim. E fazem parte do que chamamos de Respeito.
Existem ainda as mulheres lindíssimas, que capricham na produção e chamam atenção por onde passam - e que são inteligentes, graduadas e até pós-graduadas - mas que, quando encontra alguém que se interesse por elas, não conseguem dispor da pessoa porque as pessoas a acham chatas ou fúteis. Existe tanta preocupação com o físico/material que estas, por mais inteligente e argutas que sejam, esquecem-se de cuidar da cultura, do approach, da retórica. Então simplesmente passam a ignorar o que lhe foge à preparação.
Por outro lado, ainda há aquelas que se embruteceram tanto com as adversidades que chegam a se masculinizar e a renegar o outro lado da moeda, e sequer podem ser vistas como femininas.
Todos eles cuidaram tanto de "fazer" que esqueceram-se de "ser".
Para ser querido há de se querer bem, para ser amado há de ser amável, para ser respeitado há de se respeitar, para ser admirado necessita-se de boa dose de humildade.
Não basta ser notável por sua beleza, riqueza, inteligência ou qualquer adjetivo. Não adianta se destacar pelo que se tem como dom, mas se diferenciar por exceder a perspectiva das boas qualidades percebidas.
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