Hoje o pai começou na quimioterapia. Se sentiu mal no inicio, mas foi melhorando conforme o tempo foi passando.
Na sala de quimio, eu fiquei impressionada com um fato: o ambiente alegre. Pensei que fosse chegar em um lugar onde todo mundo teria cara de enterro, mas foi o extremo oposto.
Os enfermeiros são (em sua maioria) jovens e foram todos de uma simpatia e atenção extremas. Estavam sempre sorrindo e sempre brincando - com os pacientes e entre sí. Além disso, tinham um mural com fotos de crianças (provavelmente os filhos dos enfermeiros), fotos deles juntos em confraternizações, flores, mensagens...
Os pacientes, em sua maioria, estavam de compenetrados a relaxados. Somente dois ou três estavam muito sérios ou com cara de estar sentindo alguma dor (um estava na maca). E, entre os que recebiam a quimio, alguns riam e brincavam entre sí também.
Do lado de fora onde os acompanhantes aguardávamos, haviam os que preferiam ver a Ana Maria Braga e o Bob Esponja, outros que liam revistas e - a maioria - conversavam entre sí, trocavam idéias e experiências, ou comentavam o que viam na tevê. Sempre em clima variando de tranquilo para descontraído.
Quando subia as escadas porque achei que o elevador estava demorando, vi o setor onde ficam os com câncer de medula. Como creio que sejam a maioria crianças, tinha uma mesinha redonda baixa, com giz de cera e várias crianças lanchando e desenhando... fora uma oncinha de cartolina, quase do meu tamanho.
Mas tudo isso já começou antes... na recepção, as atendentes recebem você com jeito tranquilo por mais que a fila seja grande, e ainda apesar disso, não se demora muito para receber o crachá para entrar. Os guardas que recebem o crachá na saída agradeciam a devolução e conversavam animadamente entre si.
O que sei é que passar a manhã inteira esperando meu pai receber a medicação não foi muito cansativo nem foi desgastante... nem pra mim, nem pra ele.
E isso prova ainda, em um grau mais interessante, que a Alegria é tida sim como o principal tratamento para o câncer. Além disso, são ainda agentes minimizadores dos efeitos do tratamento.
Os médicos repetem sempre e eu percebí que é verdade: as pessoas alegres respondem melhor ao tratamento e sentem menos os efeitos. Você percebe no rosto das pessoas que elas estão com uma qualidade de vida melhor que os outros, mesmo que esteja completamente careca e entre tubos com soros e potentes remédios. Os enfermeiros passam segurança através da alegria, os pacientes relaxam e recebem melhor a medicação. O clima descontraído faz com que não seja um sofrimento estar alí, e tudo passa muito mais rápido do que imaginamos.
Seja para o tratamento, para a cura, para o enfermeiro que trabalho ou para o acompanhante/familiar... a alegria faz TODA a diferença.
4 comentários:
E que bencao que seu pai pode estar com voce ao lado num ambiente tao gostoso...
Mando todas as minhas energias positivas pra voces dois...
^^
Nossa, Nina! Que alegria, ler essas coisas. Você tem toda a razão: a alegria é o melhor remédio na cura dessa triste doença.
Desejo sucesso no tratamento do seu pai. Esteja com ele, sempre você que puder. Faça-o rir sempre, mesmo quando você não puder. E em breve teremos aqui as notícias da cura.
Ontem visitei V., que está já na terceira sessão de quimio. Lembramos histórias do nosso passado, para fazê-la rir. Está difícil, para ela, porque não conseguiu muito sucesso, até agora e o tumor ainda cresce, mesmo com a quimio. Vai juntar a radioterapia, ao tratamento, e está tensa com isso. Quando conversar com Deus sobre seu pai, lembre-se também dela, ok? Estamos todos juntos nessa luta que há de ser vitoriosa.
Um beijo e bom sábado!
;o)
Em patch Addams isso fica mais que provado: a alegria é a cura. Boa sorte e bons fluidos!
Oi, Nina, tudo em paz e sob controle?
Saúde!!
;o)
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