Quando abrimos a internet, podemos verificar que existem centenas de milhares de textos abordando a felicidade e sua busca. Pipocam por aí formulas mágicas de como se sentir realizado, como ser feliz, como estar em paz.
Neste carnaval, saindo completamente da minha rotina e dos vários problemas que vez por outra me afogam, eu fiz uma profunda reflexão sobre tudo isso, e sobre o real sentido das coisas. Sobre valores, crenças, sonhos. E vi que frequentemente eu me deixo levar pelos valores com os quais estou habituada a conviver ao invés dos meus próprios valores.
Tenho muitos amigos que sonham em serem famosos, ricos, se destacarem na carreira, em fazer mestrado no exterior, em ter luxo e conforto. Conheço muitas pessoas que conseguiram isso, que 'chegaram lá'. Mas... incrivelmente, ainda dizem que falta 'alguma coisa' e, mesmo com todo dinheiro do mundo, todo conforto, todo luxo, todo tipo de prazer que o dinheiro compra, não se sentem felizes de verdade, ou em paz.
Nesses dias em que me desliguei de quem eu preciso ser para ser exclusivamente quem eu sou, eu me estudei por dentro e refiz meus planos. Me dediquei a refletir sobre o que me faz realmente feliz. O que me faria dizer "eu sou uma pessoa realizada". E nada do que eu realmente quero é relacionado a uma carreira de sucesso ou a muito dinheiro na conta corrente. São coisas que não são planejadas no meu orçamento anual, ou descontadas no meu imposto de renda.
Então, quando vejo pessoas correndo no Centro, almoços de negócio, carros importados, gente de tailleur, usando Armani, Louis Vuton ou Prada, não me parece ter mais tanto sentido assim. Não me causou o desejo de um dia ser assim. Não me deixou com aquela pontinha de inveja por ter um "start" mais privilegiado ou não, e nem me deixou instigada a fazer de tudo para chegar lá, mesmo que "fazer de tudo" inclua abrir mão de outros sonhos e de pessoas.
Não estou dizendo que não quero ser uma profissional bem suciedida ou ter conforto, seria hipocrisia minha se eu dissesse isso. Claro que todo mundo sonha em ter um apê legal em um bairro bonito, um carro legal na garagem, pagar uma boa escola para os filhos e ter conforto e subsídios para realizar os seus pequenos sonhos, fazer pequenas viagens, ter sua estrutura sem sobressaltos. Todo mundo quer ter uma casa de praia ou de campo pra passar o final de semana desestressando, fugindo um pouco da rotina. E eu quero.
Acontece que uma carreira meteórica demanda tempo demais, tempo esse que agora é raríssimo pra mim e que não volta atrás. Não seria mais capaz de largar as pessoas que amo para tentar a sorte no exterior, por exemplo. Aliás, eu tenho feito justo o contrário... largado tudo para ficar próxima das pessoas que eu amo, especialmente das que precisam de mim. E tenho trocado muita coisa por sossego, e nunca me arrependo disso.
Só quem usou um tailleur com meia calça e sapatos altos em um dia de 40 graus no Rio de Janeiro sabe o quanto é desconfortável e angustiante. E é meio desesperador andar com um super carro no Rio, com medo de ser assaltado e morto no primeiro sinal que você parar. Nada charmosa a sensação de querer sair correndo para casa, e colocar aquela camiseta de malha velha e a havaianas surrada.
Mas o que eu ví até hoje, as coisas que vivenciei, as alegrias que eu sentí e as tristezas que eu tive que suplantar com coragem... isso nunca vai ser roubado. Os momentos engraçados, as trapalhadas que depois viram gargalhadas, o ombro que cedemos ou recebemos quando precisamos... isso não tem dinheiro que pague.
Daí começo a pesar valores... começo a avaliar o que é, na verdade, a ilusão... o que vale mais? Mas isso é outro texto. ^^
----------
Atendendo aos pedidos da Suzi, as fotos que coloquei hoje foram tiradas no carnaval. E os próximos textos tb terão fotos tiradas por mim. ^^
Déa, a bomba é aquele "canudinho" que puxa o chimarrão ^^
E sim... esse anel de compromisso fez um efeito muito maior do que eu esperava dele. E acredito que foi tanto pra mim quanto pra ele. ;)
Nenhum comentário:
Postar um comentário