"Cada qual sabe amar a seu modo; o modo pouco importa; o essencial é que saiba amar." (Machado de Assis)

sexta-feira, dezembro 21

Desapego

(Bendito seja o blogger por permitir publicação por email. Daí posso publicar aqui do trabalho e ler os comentários em casa. rs...)
 
Nesses últimos dias tenho refletido bastante sobre uma palavrinha: Desapego.
 
Desde que meu pai ficou doente, e especialmente agora que ele faleceu, tenho procurado lembrar sempre da transitoriedade da vida, sobre como as coisas são passageiras, sobre como é importante aproveitarmos cada momento.
 
Em setembro do ano passado, quando ele descobriu que estava doente, eu vi o quão perto de nós mora a morte. Naquele momento, decidí me livrar de absolutamente tudo o que me faz mal.
 
Me livrei de um emprego que me fazia mal, de amigos que só sugavam minhas energias e cobravam mais do que davam em troca, me afastei de tudo o que me deixava ansiosa - noticiários sanguinolentos, revistas tendenciosas, redefiní o foco da minha carreira para algo menos desgastante. Decidí não ser mais professora. Decidí focar 100% na área empresarial. Mas quero fazer coisas que exercitem minha mente, e não passar minha vida sendo "peão de computador". Isso seria frustrante.
 
Mas é impressionante como as pessoas se apegam a coisas tão pequenas... vaidades, luxos vazios de significado, raivas por coisas tão bobas. Disputam tudo por qualquer trocado, trocam a saúde por coisas sem sentido nenhum, trabalham como se fossem a única finalidade da vida, e tratam as pessoas não como pessoas, mas como possíveis ferramentas para conseguir o que se quer.
 
Agora, as perguntas que faço são: "isso vai me fazer bem?" "eu vou estar satisfeita com isso?" "o que isso vai trazer pra minha vida?". Eu descobrí que vale a pena abrir mão das coisas, meu bem estar e felicidade vale mais que qualquer dinheiro no mundo.
 
Deixei tudo de lado. Deixei muita coisa pra trás.
 
Quando morrer, quero que escreva-se na lápide:
 
"Aqui jaz aquela
que fez tudo o que quis,
e tudo o que pôde,
para ser feliz"
 

3 comentários:

Suzi disse...

Se por um lado as raízes, a segurança, têm sua importância, por outro lado o desapego é fundamental.
Mas para que se tenha a medida certa de cada coisa é preciso ter sabedoria. Bem fez Salomão em pedi-la a Deus. Podemos copiar a idéia.
Que Deus abençoe você e sua família, diante da perda que sofreram, de alguém do qual, duvido, quisessem se desapegar...
Um beijo e bom retorno!

Vi disse...

Nina, você não me conhece mas diante de suas palavras senti vontade de comentar. Espero que não se importe!

Penso que só diante das fragilidades da vida é que percebemos o quantos somos apegados e o quanto valorizamos coisas que não deveríamos valorizar...

Beijo

Vi disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
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