"Cada qual sabe amar a seu modo; o modo pouco importa; o essencial é que saiba amar." (Machado de Assis)

terça-feira, outubro 28

Excesso de informação

Estive lendo a respeito e cheguei à seguinte conclusão: acho que estou sofrendo da síndrome do excesso de informação.

 

Já leram sobre isso? Trata-se de uma espécie de complexo de que tudo o que você lê e aprende diariamente ainda é pouco perto do que você precisa. Daí, com isso, você cada vez troca mais tempo do seu dia para consumir informações.

 

Comecei a pensar nisso hoje de manhã, quando pensei que eu já estava exausta às sete da manhã, e olhei minha bolsa e me perguntei “Tudo bem ler no ônibus, mas carregar na bolsa todos os dias três livros, um jornal e uma palavra cruzada não pode ser normal...” Daí fui juntando as peças do meu dia, e cheguei a essa conclusão: quero aprender tudo ao mesmo tempo, não consigo me concentrar em uma coisa só. Excesso de informação, excesso de stress, excesso de preocupações, e a sensação que o dia é curto demais para as minhas funções de profissional, estudante, esposa e mulher. Some-se dois anos sem tirar férias, o stress que viví no ano passado com a doença do meu pai, o meu trabalho (que é naturalmente estressante).

 

Meu marido diz “Você precisa parar um pouco”... muitas vezes ele consegue apertar meu botão de stop, coloca a mão no meu rosto e fala: “Amor, pára um pouco. Vai descansar”. Outro dia ele me convidou para praticarmos “nadismo” – ir a um parque ou algo assim, e ficar ao menos meia hora sem fazer nada. Primeira coisa que perguntei: “Não pode levar nem uma revistinha pra ler?”. E eis o desafio, apesar de me causar arrepios ficar 30 minutos sem fazer nada e sem poder dormir.

 

E aí, o que fazer pra sair do 220V? Rs...

 

segunda-feira, outubro 20

O que sou

Não adianta...
Não sei ser algo que não sou,
Não consigo pensar no que não sinto,
E não me culpo por sentir:
Sinto mesmo! E sinto profundamente.

Acredito e admiro minha humanidade.
Aprendo com meus erros,
Me divirto de minhas falhas,
Comemoro meus acertos,
mesmo quando seja ao acaso.

Não me incomodo por se assim,
tão verdadeira comigo mesma.
Não escondo, nem me envergonho
do que sinto dentro do peito.
Assumo tudo o que penso e o que sou.

Afinal, o verdadeiro amor próprio está
no aceitar verdadeiramente o que se é...
E o que sou é isso:
pura (e talvez imatura) sinceridade.

segunda-feira, outubro 13

'Pasteurização de gostos': uma observação

Que o mundo está passando por um processo de pasteurização sem precedentes, não é novidade para ninguém. Não seria novidade eu vir em um blog para dizer que, hoje, o diferente fica meio que excluído.

Que celulite é pecado, que a pele tem que ser bronzeada, que cabelo tem que ser liso extremo by escova progressiva, que todos tem que gostar dos mesmos filmes e ler os mesmos livros só porque estão na moda. E eu, que sou loira, de cabelos cacheados, tenho minhas celulites e adoro cinema cult, também adoro questionar as coisas.

 

Meu questionamento hoje é: até onde essa pasteurização dos gostos e jeitos pode ir?

 

Hoje estava almoçando calmamente enquanto olhava uma das vistas mais belas do Rio de Janeiro: o aterro do flamengo abençoado pelo Pão de Açúcar. Enquanto meus pensamentos divagavam pelo mundo, algo me deu um estalo: porque todos os carros que passam no aterro são preto (ou tão escuros que se passam por pretos), prata ou brancos (em menor quantidade)? Claro, tirando os taxis, todos os carros eram pretos/escuros, prata e brancos.

Resolvi contar.

Em pouco mais de meia hora de observação nas pistas do Aterro do Flamengo (que é uma pista de alta velocidade, e por isso mesmo tem fluxo razoavelmente grande de carros), consegui observar quantos eram diferentes disso: 4 carros vermelhos e 2 azuis.

 

Não sei se existe uma correlação, se foi coincidência ou se tem sentido para quem lê, mas o fato é que os carros mais caros eram prata, os maiores (tipo pick-ups, off-roads e afins) eram pretos, e os mais simples, brancos. Já repararam nisso?

 

Então fiquei me perguntando se essa homogeneização chegou até este grau de detalhes – cores de carros. E até onde ela vai.

terça-feira, outubro 7

Peripécias na cozinha

Com licensa pelo momento mulherzinha, mas mulher de TPM é assim mesmo. Chorei um horror na colação de grau da minha amiga, por aí já viu...

Tinha prometido levar um mousse de maracujá pro aniversário da Ruiva no domingo... (sim, dêem parabéns pra ela... heheheh). Tentei fazer um mas errei na mão na água... resultado: a água+gelatina decantou, e ficou metade mousse metade gelatina. Tive que apelar pra minha mãe. =/

Aí, depois do fiasco do meu mousse de maracujá, decidí comprar logo o meu caderno de receitas, porque definitivamente não convém confiar na minha memória. Nunca tinha errado uma receita, fiquei traumatizada. hahahahaha

Comprei hoje. Fofo. Já dividí tudinho e estreei ele com uma receita de risoto que ela , especialista de cozinha rápida e indolor, me mandou por email. :)

Tou aceitando dicas de receitas também hein! Vale até as de microondas! rs...

sexta-feira, outubro 3

O Caderno de Receitas da Vovó

Sempre achei estranho minha avó colecionando páginas e páginas de um caderno escrito com receitas. Achava estranho porque, inclusive, ela tinha o "divino dom" de saber todas de cabeça, fora que ela sabia improvisar como poucas pessoas que conhecí.

Mas hoje já começo a entender de certa forma... com dois meses de casada, já gastei todas aquelas receitas mais triviais que a gente adora - arroz, feijão, bife, peixe, frango... tudo já ficou com a mesma cara. Por mais que se mude um tempeirinho aqui e outro alí, começa a faltar criatividade.

Aí, eu que nunca gostei de cozinhar porque achava entediante, comecei a correr para a internet para pegar receitas. Mas pombas, às vezes isso é tão aborrecido!!! Porquê você NUNCA vai lembrar de QUAL das receitas milhares que o google traz é aquela que você experimentou e o marido adorou.

Fora que o que mais me aborrece não é fazer o jantar, mas ter que pensar NO QUE fazer para o jantar. Depois de passar o dia todo se estressando com mercado financeiro, com taxa de dólar, com banco, com tudo o que uma pessoa de finanças se aborrece.... chegar em casa e... bum! O que fazer para o jantar? (juro que é mais fácil escolher em qual fundo aplicar a grana dos outros)

Daí vc pergunta para o marido: "amor, o que você gostaria de jantar?", e ele responde o "qualquer coisa tá bom". Dai você dá um tapa na testa e pensa "o que fazer afinal?". Abre a geladeira e fica pensando... pensando...

Resultado disso tudo é que vou comprar hoje um caderno de receitas, para anotar aquelas que peguei no google e o povo aprovou. Não porque não lembre de uma receita feita, porque descobri que não existe o tal de "divino dom de lembrar de todas", mas porque receita é que nem o lembrar o caminho para quem dirigiu por ele... foi uma vez, lembra para sempre. Mas porque nem sempre a criatividade ajuda.

Agora acredito que a vovó na verdade usava aquele caderno grosso como uma espécie de "Minutos de Sabedoria" culinário... ela mentalizava "qual o almoço de hoje" e abria aleatoriamente numa das páginas. O trabalho que ela tinha era só de escolher se ia querer carne, frango, peixe ou massa.

Daí o resto é só colocar a mão na massa... literalmente. :)
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