"Cada qual sabe amar a seu modo; o modo pouco importa; o essencial é que saiba amar." (Machado de Assis)

quarta-feira, janeiro 14

Sobre a Caridade

Todas as religiões e sistemas filosóficos do mundo, de uma forma ou de outra, tem alguns preceitos em comum em que só se muda o nome ou o ritual para que sejam prestados.

 

A Caridade é uma delas. E estive refletindo sobre ela.

 

Mais explicitamente defendida na bandeira do Kardecismo, com o bordão “Sem Caridade não há salvação”, é vista também em diversas formas ao redor do mundo. Ele pode ser também em sentidos que ultrapassam o lugar comum, e vão até a difusão do conhecimento como um todo como forma de caridade – caso dos filósofos, gnósticos e etc. No cristianismo, é altamente estimulado entre os fiéis, que estimulam também a oferta do Dízimo – que em geral é utilizado para manter a estrutura das igrejas e em obras assistenciais. No judaísmo, o tsedaká vai além do cristianismo comum: os judeus têm um cofrinho onde diariamente vão colocando um pouquinho de dinheiro, e em um determinado dia dão para a primeira pessoa carente que passar.

 

O fato é que as pessoas têm se afastado da caridade. Eu mesma, por exemplo. Conversando com a Ruiva hoje, pensamos juntas a respeito. Muitas vezes, deixamos de dar uma esmola para um garoto de rua por medo de ser assaltada, ou da aproximação gerar algum tipo de violência.

 

Em outras vezes, nos ressentimos das hipóteses do que podem fazer com a doação: um mendigo bêbado irá comprar mais cachaça se dermos o dinheiro?

 

Um insight bacana foi o que a Ruiva falou... algo como “o que ele vai fazer com o dinheiro é problema dele com Deus... o que eu estou fazendo com o meu é problema meu com Deus.”

 

É a violência se sobrepondo, através do medo ou da maldade humana, à uma das poucas coisas boas que todos concordam ser necessários: a caridade. E assim interrompemos o fluxo vital, o dar-e-receber. É ceder à maldade.

 

Desde então, passei a andar com um saquinho de dinheiro separado dentro da bolsa... assim, quando me pedirem esmola, eu não preciso mexer na carteira.

 

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