"Cada qual sabe amar a seu modo; o modo pouco importa; o essencial é que saiba amar." (Machado de Assis)

quinta-feira, junho 19

Velha precoce?

Eu tenho alguns hobbies que podem ser considerados antigos - além, obviamente, da leitura pois tenho bem mais livros em casa que dinheiro no banco rs... Mas o fato é que muita gente me entitula como velha precoce. Posso até ser um espírito antigo, talvez eu seja mesmo.

Mas a grande verdade é que pouca gente dá valor às coisas antigas, seja por preconceito ou por desconhecimento mesmo. Poucas vezes são por ter tentado e não gostar (eu tentei aprender a tocar piano e vi que não era pra mim, mas isso é para outro post rs...). Mas o fato é que prazeres antigos atualmente são trocados por passatempos modernos e todo mundo que foge a isso é meio que observado com espanto.

Trocamos velhos hábitos por novos vícios.

Vivemos em um tempo onde antigos hobbies são classificados como démodés. Moderno é passar o dia todo no facebook postando o que pensa para pessoas curtirem automaticamente sem nem lerem direito o que se escreveu. Ou tirando foto de tudo o que fazemos e comemos para colocar no Instagram e ganhar alguns corações. Ou colocando fotos de frases curtas e sair compartilhando por ai.

Nada contra você fazer isso, eu mesma faço. O erro é SÓ fazer isso. O erro está em deixar de admirar uma paisagem ou aproveitar um momento qualquer para ficar registrando ele para os outros, não para você.

Quando eu deixo o facebook para mexer nas minhas plantas e usar a internet para ler sobre jardinagem, eu me reconecto com a natureza - eu que quase não tenho contato com ela (ou tenho muito menos do que gostaria) dada minha rotina de "cidade grande" esotericamente agitada.

Quando eu troco ficar zapeando na TV a cabo ou assistir pela milésima vez o mesmo filme por fazer um pouco de crochê, eu estou realmente me desconectando da minha rotina puxada e a mente dos problemas... estou praticamente em estado de meditação, me contentrando apenas em cada ponto que dou e nada mais.

Quando vou cozinhar e experimentar novos temperos, novos contrastes e novos sabores, estou manifestando a maior forma de declaração de amor para mim e minha familia: nutrindo não apenas meus pratos como também meu espírito. Faço comidas incríveis e confesso que não sigo nenhuma receita, não sei nada de cabeça.

Pequenos prazeres... formas esquecidas de aproveitar seus pequenos momentos, numa vida tão curta e desajeitada. E será que sou eu a velha? ;)

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