"Cada qual sabe amar a seu modo; o modo pouco importa; o essencial é que saiba amar." (Machado de Assis)

terça-feira, julho 11

Segurança Pública - opiniões

Bem... chegamos ao final de copa, e agora o Brasil volta a pensar na própria vida ao invés de pensar naqueles "filhos da pátria amada" que estão milionários e vão morar fora do país.

Acredito que por toda essa aura que circunda Rio e São Paulo ultimamente - os dois maiores colégios eleitorais do país - um dos assuntos que será carro-chefe das propagandas eleitorais será a (in)segurança pública.

Ontem eu recebi uma suposta entrevista do Marcola (o "bandidão" da vez), que eu já imaginava não ser verdadeira, mas que depois me informaram que é uma provocação do Jabor. Enviei para alguns amigos para ver qual seria a reação. Alguns são de São Paulo, outros do Rio mesmo, alguns do Nordeste e do Sul. Absolutamente todos reagiram de forma idignada e me devolveram o email comentando sobre o enviado.

Mas, de todos os que recebí, estes me chamaram mais atenção:

O primeiro que recebi foi de um amigo que disse que o criminoso, tendo a oportunidade de ler 3000 livros (conforme foi citado na suposta entrevista), um dia se iluminaria e perceberia que está no caminho errado e seguiria o caminho do bem. Sinceramente não acredito nessa hipótese. Não que seja pessimista, na verdade não sou nem pessimista e nem otimista, procuro ter a visão mais realista possível. Acontece que estas pessoas não podem perceber outro caminho... porque para elas o único caminho que existe é o do crime. E, por mais que leia na prisão, toda a visão será deturpada para a realidade em que *aquela* pessoa está inserida. Talvez seja possível... sim... ms acredito ser uma visão um pouco romântica dessa grave situação.

Outro amigo me fez a importantíssima constatação de que parte da culpa é nossa, porque elegemos nossos representantes conforme os interesses próprios - e haja espaço para "chiquinho da pipoca", "cicraninho da van" e "joãozinho do ferro-velho" por aí. Isso realmente é fato. E até nós, o povo, favorecemos essa existência, quando vendemos nosso vergonhoso voto por uma camiseta.

Completando essa segunda opinão, uma terceira amiga foi mais além: disse que seria necessário que essa violência toda chegasse às classes mais altas para que sentíssem o efeito de tudo isso. No momento em que o César Maia tiver seu filho sequestrado, no momento em que o ACM tiver seu neto morto (na verdade isso seria o paraíso), talvez eles pensassem melhor em investir na Segurança Pública. Certamente ela está correta. Mas a pergunta que me faço é: não seria tarde demais? Quantas vidas perdidas seriam necessárias até que chegássemos a este ponto?

Mas o ponto final das opiniões mais interessantes que recebi foi a de um amigo que me disse: o problema não é o fato de termos Congressistas facilitando a vida do tráfico, mas de termos o tráfico representado no Congresso.

Faz todo sentido. Infelizmente, nos habituamos a termos bancadas de direita e de esquerda, bancada dos ecologistas, bancadas dos evangélicos, bancada dos deficientes... e agora temos as bancadas dos corruptos: sanguessugas de um lado, mensaleiros de outro, traficantes mais atrás. E absolutamente TODOS impunes e atuando ativamente na casa dos "300 Picaretas com anel de Doutor".

A pergunta que me faço é: acaso não deveria haver uma ÚNICA bancada no congresso: a bancada do POVO? Acaso todos não deveriam pensar juntos em soluções para a vida de TODOS? É um sonho distante...

Na minha opinião, o que acontece é que existe uma FALTA DE INTERESSE público para que o problema da segurança pública seja efetivamente dissolvido. Existe uma motivação maior do que esta, que é a boa e velha fórmula "angariar votos e se reeleger, para mamar nas tetas da grande mãe por mais quatro anos". Não falta apenas ética... falta ética, moral, vontade, preparo, sensibilidade social.

O Governo - em todas as suas esferas - se encontra mais comprometido de fazer publicidade, para que possa ser reeleito ou eleger seu sucessor. E aí vemos propagandas como "O Rio dar a volta pra cima", propagandas do governo federal, etc. Quanto será que investimos em propaganda? Será que seria suficiente para reequipar toda a polícia? Ou ao menos aumentar o vergonhoso salário da Polícia Militar?

E, enquanto isso que temos hoje for o pensamento vigente em nossa política, o Brasil não tem solução. E o último que sair, apague as luzes.
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