"Cada qual sabe amar a seu modo; o modo pouco importa; o essencial é que saiba amar." (Machado de Assis)

segunda-feira, agosto 28

O costume e o gosto pessoal

O costume molda o gosto pessoal. É interessante perceber isso. Não obstante à extrema facilidade de adaptação do ser humano a diversas situações de perigo inclusive, acreditamos que depois de certa idade nada mais poderá ser mudado nos nossos gostos, nas nossas idéias, nas nossas convicções. Acreditamos que nascemos de uma determinada forma e com uma determinada personalidade, e esses traços serão eternamente predominantes. Costumamos dizer: "se fulano até agora não mudou, agora é que não muda mais". Ledo engano.

Se formos observar, tanta coisa mudou e tanta coisa muda...e nós nem percebemos.

Trocamos de moeda, de governo, de política e aprendemos a lidar com tudo. Mudamos de cidade, de trabalho, de amigos, de namorados e sempre levantamos a cabeça e começamos de novo. Perdemos aquela chance incrível de fazer algo que podia mudar sua vida, mas é vida que segue, e lá na frente outra coisa boa acontece.

Sempre nos adaptamos às situações, e sempre a vontade social influencia nos gostos pessoais. A sociedade influencia nas escolhas.

Pintamos nossos cabelos de loiro porque é moda, usamos aquele sapato que machuca o pé só porque é chique, vamos àquele almoço chato de família para não fazer desfeita. E vamos. E chegamos lá com um sorriso no rosto. E saímos de lá como se não tivesse sido ruim - e nem sempre o é.

Assim mudamos também nossas convicções ao redor da vida. Nos adaptamos ao que a vida oferece a nós.

Quando adolescente, sempre gostei de comer camarão mas, depois de uma alergia, fui obrigada a parar de comer. Hoje nem sei mais que gosto tem.

Sempre gostei muito de escrever (pensei até em fazer faculdade de Letras) e sempre preferí trabalhos mais escritos do que numéricos - eu tinha horror a equações. No entanto, como uma economista vive cercada de números, atualmente tenho mais facilidade de trabalhar com os números - embora continue gostando das letras. E isso me faz pensar em dar aulas de economia - porque não juntar ambos?

Você já parou para analisar no quanto você mudou de uns tempos pra cá? Já parou para comparar o quanto você mudou em determinados aspectos e no quanto a maturidade te mudou?

Essas pequenas reflexões mostram que nada é imutável. Nós mesmos somos altamente flexíveis. O ser humano é tão perfeito em sua concepção que se adapta facilmente a mudanças, e isso pode ser bom. Então, porque não nos aproveitarmos disso?

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