"Cada qual sabe amar a seu modo; o modo pouco importa; o essencial é que saiba amar." (Machado de Assis)

quarta-feira, agosto 20

A crise dos sete anos

Não sei se todos têm esse hábito, mas sempre que pego um ônibus se eu não durmo, puxo conversa.

E numa dessas conversas, encontrei uma mulher, e começamos a falar sobre vida a dois. Como a minha realidade agora inclui o casamento como novidade, eu acabo me interessando muito pelas experiências alheias.

Assim como tantas outras pessoas com as quais já conversei a respeito, ela começou a me contar sobre a sua crise dos sete anos de casada, a qual está vivendo agora. Deu uma centena de motivos para a crise - falta de contato, distanciamento, falta de carinho, sexo morno, pouco envolvimento com o "projeto família", etc... E, como todos, disse que o fato de ter filhos é um dos fatores mais fortes na decisão de não se divorciar.

Acontece que ela, assim como alguns outros testemunhos recebidos, confidenciou no final algo parecido com: o casamento perdeu a graça e me sinto atraída por outra pessoa.

Sem entrar no mérito das excessões, dos motivos, da sinceridade ou qualquer coisa... mas a grande maioria das vezes, eu escuto as histórias que contam sobre como a vida de casado transformou rotina em tédio.

Rotina é bom. Acordo todos os dias de manhã, preparo a mesa para tomar café com meu marido, e adoramos essa rotina. É a hora em que compartilhamos coisas, decisões a serem tomadas, desejos, anseios do dia.

O problema que vejo muitas vezes é quando permitimos que a rotina se transforme em tédio, falta de diálogo, excesso de expectativas e falta de compaixão. Rotina é hábito, não inércia.

E, como dizem, existem três formas de aprendizado: pelo amor, pela dor e pelo exemplo. E como eu procuro sempre aprender pelo exemplo, fica o aprendizado do que não devo permitir que minha vida se torne: entediante.

Lindo dia a todos.

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