"Cada qual sabe amar a seu modo; o modo pouco importa; o essencial é que saiba amar." (Machado de Assis)

segunda-feira, maio 28

Meias verdades

Sou adepta das meias verdades.

Meias verdades podem ser uma forma sutil de dizer sem machucar.
A verdade é como um diamante, cristalina e dura. Inquebrável. Rígida.
A mentira é como água podre, flexivel mas sempre suja. Nunca se sabe o que tem ali.

A verdade é e sempre deve ser desejada mas, quando nua e crua, machuca mais do que deveria.
A mentira pode ser extremamente destrutiva. Especialmente quando embaixo da água suja existe um diamante cortante.
Uma hora, a água abaixa, e a verdade sempre há de aparecer. Sempre.A verdade é sempre soberana.

Já as meias verdades são macias e trazem apenas o que é importante à tona
sem trazer a tempestade do momento, sem tanta dureza mas ainda assim cristalina.
É a verdade racionalizada. A clareza desmistificada. A dor atenuada.
Meias verdades podem fazer você perceber a realidade sem te ferir.

Meias verdades não são meias mentiras.
São, na realidade, a verdade objetivada, direcionada apenas para onde ela precisa estar.
É a nossa razão trabalhando com a razão do outro.

Meias verdades são verdades suavizadas pelo respeito.
É o diamante arredondado, polido com lixa fina. A jóia pronta.

Por isso sou adepta das meias verdades.
Porque não preciso ter uma dura verdade ou uma doce mentira, 
eu prefiro muito mais a suavidade, a compaixão da meia verdade.

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